quarta-feira, 7 de agosto de 2019

Rio Douro

Sou um rabelo sem leme
nas águas à flor do Tejo,
e o seu arrais já não teme
o naufrágio dum desejo

porque é no Douro 
que eu sinto o tesouro
da coisa sentida!
Socalcos vinhedos
suportam segredos
esteios de vida

E amendoeiras
das flores primeiras
quando acaba o frio...
Depois o zumbido
do néctar colhido
da abelha e do rio.


A gente pressente
quem segue a corrente
pelo tom de voz
quando o olhar da gente
é caudal constante
e é nascente e foz

   sfich

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