quarta-feira, 29 de outubro de 2008




Já fiz coisa com muito coração;
uma vez abandonada,
não sei da sua morada
nem se está em boa mão


Hoje, tomei o pulso
à minha alma,
que lhe vi arritmia
no sentir;
só depois,
que me pareceu
mais calma,
é que vi:
tinha medo de me ouvir!

Mas teve que ser;
e então chorei;
Chorei pela dor alheia
que não tinha,
pelos afectos que perdi
e já não sei...
Quem me dera
que a dor perdida
fosse minha
e trocasse
por aquelas que encontrei...

...Quase a resvalar
para o torpor
salvou-me a lágrima
que, em vez de saltar,
me caiu por dentro,
e o seu ardor.

1 comentário:

  1. Já lhe tinha confessado que a palavra nó, é das minhas favoritas. O seu poema intensifica isso de uma forma mais pesada...
    Chorou pela dor da sua alma, uma dor que já não era a sua... é vida e é real. O nó é enunciador de tudo isto, é um laço destruído, um sentimento contraído que depois vem a ser escondido.
    Mais uma vez adorei lê-lo. *

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