domingo, 10 de janeiro de 2016

Deslumbre


Deslumbro-me num acorde em cada dia,
como se soubesse o deslumbre da loucura;
E quando o próprio verso me procura,
vem em tons matizados de alegria.

Mas logo, em seguida, água fria;
debalde procurado; e, em tortura,
ouvir a negação, com voz segura,
em vez d'afirmação que pretendia.

E sigo, como quem escolhe o mal menor,
na cumplicidade melómana dos ouvidos
ensaiando harpejos em Mi(m) bemol maior

Num suave som de beijos sustenidos;
No tanger da alma, o som do ardor,
como se me pisasse nos sentidos.


sfich

Sem comentários:

Enviar um comentário

FINGUIM ROOF

FINGUIM ROOF
VISEU